quinta-feira, 22 de novembro de 2012

descida

Eu desci de coração apertado as ladeiras de Olinda. Na garganta um nó segurando esse choro por deixar lá em cima todo um pedaço de mim.
Ia partindo. Alias, íamos partindo. Voltando para o que era de cada um, mas na certeza de que tudo ali era nosso, em cada cor e azulejo. Quando olhei para trás, não te vi mais e a saudade já se fazia tamanha. Até que uma hora o nó se afrouxou e tudo se desprendeu.
Nunca me doeu tanto ir embora.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quando minha boca encostar-se à tua e abri-la encontrando-te a língua geográfica. E me perder em algum abismo ou encosta, dentre as matas desvirginadas. Vulcão em erupção, e serra e mar. Extraio o sal de teu suor e tu se fechas em eclipse lunar. Até tuas unhas cavarem grotas em minha pele qual terra e encontrarem o que não se vê por olhos desnudos ou de lunetas.