domingo, 9 de maio de 2010

Necessidade

Ultimamente meus pés estão tão no chão. Estou tão ligado ao que é real. Tudo está dentro de mim e preciso soltar o que me sufoca, o que me quer explodir: uma necessidade de sonhar.
Estou desfantasiado e eu não sou assim. Quem entende meus olhos sabe do que eu sou: do que não existe, de fantasias, ilusões. Porque é difícil sentir o mundo tão diretamente (logo eu que tenho a pele tão transparente).
Ando pelas ruas sempre atento porque toda essa realidade me dá medo, mas a minha vontade é apenas de seguir com os olhos fechados me guiando pelos sons que me são penetráveis. Com os olhos fechados fingir que apenas sou eu. É que assim eu mais imagino. Eu mais imagino o que realmente quero ser, o que mais quero ter ou o que mais quero ver.
E no meio da rua entre olhares ameaçadores e inabitáveis o céu parece ser mais seguro, porque parece ser infinito. Tem a suavidade e a força certa. E estar nesse céu é estar infinito como ele.
Então paro no tudo e me torno leve, verdadeiramente. Mesmo. E o ar que me entra tão fortemente, me sai tão fortemente e nesse dançar se faz vento. Por assim é só esperar esse vento me alçar vôo – apesar do chão querer me prender. É só esperar por um começo de irrealidade.
O vento me cria asas.
Eu preciso voar.

3 comentários:

  1. É tao bom sonhar e se desprender das amarras do cotidiano... mesmo que só por um momento, mesmo que só no pensamento

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  2. Sempre estamos livres das ataduras da realidade quando sonhamos. E isso, nos faz ter asas que jamais podem ser feridas. Não esqueça de sonhar , meu caro. Abra as suas asas e mergulhe na fantasia. Belo texto.

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  3. 'Por assim é só esperar esse vento me alçar vôo – apesar do chão querer me prender. É só esperar por um começo de irrealidade.'


    só queria voltar a sonhar...

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