segunda-feira, 18 de setembro de 2017

sob o sol de Recife

um corpo que cai ao chão
do milésimo segundo andar
expõe os ossos ao sol.

o espaço em milésimo de segundos,
um corpo fragmentado em minutos
um silêncio absurdo.

o som é oco e maciço.
um corpo repleto.
no asfalto quente derrete-se
o fim e os restos.

sábado, 2 de setembro de 2017

noite nº 16

a noite é escura
silenciosa e quente.
meus dedos engatilham a arma
que dispara:
um tiro no escuro.
um tiro no silêncio.
no mormaço que cobre meu corpo,
agora alvejado
mesmo quando não era eu o alvo.

terça-feira, 30 de maio de 2017

déjà-vu

pela retina transpassa
em coisa multicolor
as mesmas cenas-figuras
que já tocaram tudo que sou.

sente-se o gosto não estranho
o mesmo não amargor
sente-se novamente o íntegro da pele
ferir-se.

- eu sei das horas e do movimento dos ponteiros.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

cicatriz

são novos caminhos,
novas entradas,
novas bandeiras,
desenhadas no corpo
sob a pele
e mais profundo.
fotografias tatuadas na carne-crua.