sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O de todo dia

Hoje eu sou o Zé que para e olha o sol queimar a pele e as retinas, que só pisca quando a nuvem cobre a claridade vinda do céu. O Zé que adentra com medo do futuro incerto, e mesmo que seja certo ainda há um vestígio de medo.
Um Zé que se renovou do ontem na simplicidade de se amanhecer. Como qualquer outro que se renova no que acredita.
Eu sou o Zé que desacredita um pouco em tudo, que veste o mundo. Que tem cores amargadas, que às vezes cheira a vômito, a fome e suor.
Sou o Zé que tem sempre um penar no coração. Sempre um amor no coração. Sempre sangue no coração. Sempre vivo.
E que deita pra dormir pensando em todos os segundos, em todos os ‘porquês’, em todas as conversas do dia.  E só pensa em acordar num dia bem melhor. Que não reza, mas que acredita nos sonhos que faz, mas que quase não sonha – e que não se pense que seja por falta de amor.
Um Zé que sangra quando é machucado e que às vezes tem olhar perdido.
O Zé da construção.
Que constrói seu amor, sua vida, que constrói o mundo onde quer pisar.

2 comentários:

  1. Somos todos Zé's...cada um a sua maneira.

    Lindo texto, parabéns!

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  2. Há um pouco de todo mundo dentro da gente, até do Zé.

    Um beijo

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vírgula