Ela tinha ânsia. Algo preso na garganta.
Chegou em casa as três da madrugada depois de um litro de vodka no mesmo bar dos outros dias da semana. Procurou o que comer rapidamente, mas não tinha nada. Gastou todo o dinheiro durante a semana bebendo todos os dias. Sobraram os cigarros. Ela fumou.
No quintal as nuvens cobriam a lua, e a mangueira resmungava com o barulho do vento. Fazia frio: frio-de-se-aconchegar. Ela se cobriu com o lençol velho dos dois. E tinha um cheiro de mistura de naftalina e sono. Sono que ele havia deixado.
Tinha saudades.
Ele havia deixado o all star verde e o reboco da parede que era feito todo fim de ano, junto com a pintura da casa. Era uma briga na escolha das cores: ela sempre quis verde e ele branco. Acabavam pintando de azul. Sempre.
Ela tomou um antiemético e um relaxante. Com suco de pitanga que comprava simplesmente para irritá-lo.
A verdade é que a casa todo fazia com que ela o lembrasse.
E ela deitou na cama, cobriu-se e chamou o sono. Fechou os olhos para aquele teto desbotado. Ouviam-se os sons de bloco de rua, pois era carnaval. E a escuridão dos olhos fechados trouxe-lhe a boca tudo que estava preso na garganta. Ela rapidamente jogou a cabeça pra fora da cama: ela vomitou lágrimas.
Chegou em casa as três da madrugada depois de um litro de vodka no mesmo bar dos outros dias da semana. Procurou o que comer rapidamente, mas não tinha nada. Gastou todo o dinheiro durante a semana bebendo todos os dias. Sobraram os cigarros. Ela fumou.
No quintal as nuvens cobriam a lua, e a mangueira resmungava com o barulho do vento. Fazia frio: frio-de-se-aconchegar. Ela se cobriu com o lençol velho dos dois. E tinha um cheiro de mistura de naftalina e sono. Sono que ele havia deixado.
Tinha saudades.
Ele havia deixado o all star verde e o reboco da parede que era feito todo fim de ano, junto com a pintura da casa. Era uma briga na escolha das cores: ela sempre quis verde e ele branco. Acabavam pintando de azul. Sempre.
Ela tomou um antiemético e um relaxante. Com suco de pitanga que comprava simplesmente para irritá-lo.
A verdade é que a casa todo fazia com que ela o lembrasse.
E ela deitou na cama, cobriu-se e chamou o sono. Fechou os olhos para aquele teto desbotado. Ouviam-se os sons de bloco de rua, pois era carnaval. E a escuridão dos olhos fechados trouxe-lhe a boca tudo que estava preso na garganta. Ela rapidamente jogou a cabeça pra fora da cama: ela vomitou lágrimas.
Caar@# :O
ResponderExcluireu ja disse B. faz um livro! porra tu vai ver cara o quanto vc vai se dar bem, vc é um poeta, artista escritor *O* TUDO ISSO *-*
adorei a foto vogue ali do lado. adorei.
ResponderExcluirsou fã inveterada da diva master.
e o texto tá muito bom, viu?
kissyou.
que texto ótimo, amg!
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