terça-feira, 30 de novembro de 2010

em carne crua

Talvez eu nunca soube como lidar com o amor: o que vem e o que sai. Eu nunca soube manejar o que me dão em sentimentos e me queimo cruelmente. Tenho minhas mãos em carne viva para quem precisar de provas. E dói tanto que deixo cair todo esse sentimento que se espatifa e se derrete pelo chão árido, entre as rachaduras. E depois de tudo feito, tudo quebrado e derretido eu me ajoelho e me desespero na tentativa vã de recolher do chão tudo aquilo que me deram. A terra gruda na minha carne crua.
    Mas há quem faça questão de me afagar as mãos, para me aliviar a dor. Eu digo que não quero ser tão humano assim, mas minha carne crua entrega minha alma fraca de ser a si mesma.

4 comentários:

  1. somos tão contraditórios que deixamos essa dor/amor nos invadir, tomando nosso todo, em vez de não sofrermos/amarmos.

    ResponderExcluir
  2. Um espelho que reflete tudo aquilo que um dia tivemos ou que ainda temos, mas na verdade nada é nosso, mesmo assim a queremos.

    ResponderExcluir
  3. às vezes, esse sentimento de não saber lidar com o amor possa ser, não uma frigidez ou fragilidade, mas uma certa euforia. depois que acaba, é sempre preciso rever aquilo que se passou, sentir o que foi bom como uma espécie de conforto, de se provar que o tempo foi bem vivido.
    e, sim, é sempre bom ter essas almas divinas, esses amigos prontos para nos confortar, de nos mostrar como nos enxergarmos de novo, sem a lente do desastre.

    ResponderExcluir

vírgula