quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

cansado

    Sinto um vazio enorme e desolador, de uma solidão imensa, de uma tristeza imensa, de um tudo imenso. O grito preso na garganta: o grito de socorro, mesmo que não sei por qual perigo eu estou passando. O perigo de me perder, de me achar, o perigo de me entender.
     Prendam-me, me torturem até descobrirem o que é isso que se infiltrou em minha pele. E descobrirem como extrair e me salvar.
       É o mar transbordando. É isso.
   É essa solidão que anda me acompanhando e como passarinho, carregando de pouco a pouco e construindo seu ninho. E aí ela cansada repousa em mim. Eu sou fraco e minhas pernas não agüentam o tamanho peso desse espaço vazio. Meus olhos cedem. 
      Só por essas horas: eu cedo.
    Se me aconchegasse em um colo, em um braço, em uns olhos, eu não cederia, porque não estaria tão cansado assim.

5 comentários:

  1. Ótimo! Certamente um dos melhores textos que eu já li por aqui. Gosto dessa intensidade em poucas linhas, transbordando sentidos e sentimentos.

    E é só uma fase, há de ser. Aproveite-a em cada momento. Somos todos lagartas dependendo de casulos.

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  2. Eu achei lindo, achei triste, me achei aqui.

    Beijo.

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  3. Cansaço intenso de um homem intenso...
    bonito isso.

    ^^
    bj

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  4. Gostei, muito bonito, uma beleza triste, real.

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  5. Procurar colo, braço e olhos para se cansar de novo! Sempre.

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