terça-feira, 26 de julho de 2011

segredos de coração (histórias poucas) nº4

Como a tarde estava agradável naquele dia. Não havia sinais de nuvens em muitos quilômetros. As pessoas pareciam sorrir mais. Tudo parecia mais vivo. Camila tomava um café no bar de sempre. Esperava encontrar alguns amigos. Conversar. Sabe-se lá. Sua felicidade era a de sempre. Como ela mesma também era a de sempre: a mesma. Apenas o café não era o de sempre. Nunca bebia café, mas havia prometido parar de beber vodka. Então... então.
Observava atentamente a todos que entravam e saíam. Um menino entrou e ofereceu-lhe uma rosa. Era de um admirador secreto, disse ele. Ela se sentiu feliz.
- Quem é ele?
Mas o menino fingiu que não ouviu e saiu para vender nas outras mesas as rosas que ainda lhe restavam.
Quem era que lhe admirava? Quem, se ninguém nunca havia lhe admirado. Seus olhos rodavam a procurar pelo bar alguém que a estivesse observando. Por essas horas não havia muita gente ali. Mas ninguém a olhava.
Passou alguns minutos procurando. Seu café esfriava e a rosa ainda estava na sua mão.
Pediu uma dose de vodca ao garçom. E bebeu num gole só. Deixou a rosa e o dinheiro na mesa e saiu.
A rosa era apenas para ela amar.

3 comentários:

  1. Olha, quando eu li Camila meus olhos brilharam. Talvez eu teria deixado a rosa também.

    ;*

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  2. Ás vezes a gente esquece de exercer o verbo.

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  3. Tenho optado pela vodca também, as rosas todas abandonadas sobre a mesa, rs.

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