Henry Ford Hospital (La Cama Volando) - Frida Kahlo - 1932 |
Quão triste é ver um filho morto enquanto ainda sai de meu próprio corpo. Ainda banhado no líquido das vísceras, ainda levando-as apregadas. Parece inútil o esforço que fiz para contrair, para a respiração, para o sopro de sangue que lhe dei.
Houve a morte pelo próprio umbilical ou a infecção pelo que é vida.
E agora, padece ali o já fétido resto. Não o enterro. Não há necrológio. Guardo-o, impróprio. Na terceira gaveta, pois ainda é parte de mim. Até que haverá o dia que não exalará mais catinga.
Não é a primeira vida que meu corpo aborta por não sustentar.
o AMOR QUE A VIDA ESPIRRA!
ResponderExcluir"Não é a primeira vida que meu corpo aborta por não sustentar."
ResponderExcluirIsso calou fundo em mim.
Lindo, Bruno.
Que forte... mas verdadeiro!
ResponderExcluirNossa. Eu procurei no texto e, não convencida, tenho de perguntar é realmente seu?
ResponderExcluir´
E brilhante como domina os sentimentos da não-realizada mãe com perfeição. Meus parabens (se é que tal palavra cabe aqui)
um beijo terno,
Intenso, assim como o Marcelo, também me impressionei com a última frase. Pensamento voa...
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