domingo, 20 de março de 2011

sobre príncipes

Branca de Neve e os Sete Anões (1937)
Nunca realmente parei para pensar sobre príncipes encantados. Achava até que não acreditava nesses homens montados em seus cavalos salvando seus amados de perigosos dragões e bruxas com verrugas no nariz e risadas assustadoras, todos altos, fortes, valentes e destemidos, que até parecem cópias uns dos outros. A perfeição dos mundos fantasiados.
    Mas eis que sim, eu acredito em príncipes encantados. E espero pelo meu. E ainda acredito que todos esperam por eles. Não tão imaginativos como esses das histórias que se ouve, mas perfeitos nos desejos e fantasias silenciosas de cada um.
    Desde que se é pequeno se tem a ideia do príncipe encantado, do homem perfeito para toda a vida, nos mínimos detalhes pensados e fabricados na imaginação. Com o tempo os detalhes vão se perdendo e nem tudo vai sendo “tão importante assim”. Ele não precisa ser mais tão magro como o modelo da revista, nem loiro feito o príncipe inglês, nem tão rico e bonito como o ator da novela. Tornamo-nos menos exigentes, menos seletivos. Com o tempo, às vezes, o príncipe encantado se resume apenas a presença de amor, ao sentimento retribuído e: isso basta.
    Sonhar com o príncipe encantado é de certa forma acreditar naquela felicidade íntima e voraz que parece ser tão ilusória e démodé, mas que está tecida no destino de toda vida.

3 comentários:

  1. Eu acho que eles existem, já até encontrei um uma vez, só a parte do durar para sempre que isso sim é pura ilusão rss mas ótimo texto.

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  2. uma vez escrevi um textinho sobre principes encantados no escuro... acordei no meio da noite e escrevi em linhas tortas.
    Acho que esse é meu único texto cujo significado não está no que foi escrito, mas como foi escrito...
    Principe encantado só tem um na vida. Às vezes vem, às vezes fica... mas sempre existe. Pode crer...

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