Quando você volta para mim, eu ligo o rádio de manhã bem cedo para deixar a casa perfumada. Mesmo que Waldick chore suas mágoas, o cheiro é tão feliz quanto o das rosas
que roubei naquele jardim da rua de trás. E pelas janelas parece o mundo a
adentrar. Já sinto teu cheiro nas curvas do meu corpo.
Vou tirando a
poeira ajuntada nas quinas, no tapete da sala, nos nossos retratos dependurados
que roubam (tantas vezes) a atenção dos meus olhos esguios. Preparo a casa para
a tua chegada, e meu corpo para teu amor – que o coração parece ter nascido
pronto. E espero defronte ao relógio. Com um café amargo, com uns poucos
cigarros e qualquer coisa a mais por viver.
Daí que você
chega e meu sorriso se faz vivo. Te espero ansioso encolhido na poltrona azul,
de regata e cueca, mesmo nesse frio. Você se despe do que desimporta e me
aperta entre teus braços e boca. Te dou um sabor de amor guardado e tu me dás o
sabor do mundo que és.
E não me
importa que estejas marcado por outras bocas, que na tua pele eu sinta o gosto
de outros homens, porque no instante de agora é sobre meu corpo – e dentre mim
– que tu se deita e se conforta. É o próprio gosto de tua pele. E minha carne
pede para estar entre teus dentes.
para Felipe
me tirou sorrisos, suspiros, sonhos.
ResponderExcluirVivo exatamente isso...hoje.
Te ler faz bem, moço
Maravilhoso, Bruno.
ResponderExcluirantes dos suspiro e sorrisos, lágrimas.
ResponderExcluiremocionei-me, meu rapaz.
e fica em mim a vontde um dia viver um amor tão bom assim.
um doce beijo.
deliciante,
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