sábado, 18 de agosto de 2012

a história única de todo o amor

Quando você volta para mim, eu ligo o rádio de manhã bem cedo para deixar a casa perfumada. Mesmo que Waldick chore suas mágoas, o cheiro é tão feliz quanto o das rosas que roubei naquele jardim da rua de trás. E pelas janelas parece o mundo a adentrar. Já sinto teu cheiro nas curvas do meu corpo.
Vou tirando a poeira ajuntada nas quinas, no tapete da sala, nos nossos retratos dependurados que roubam (tantas vezes) a atenção dos meus olhos esguios. Preparo a casa para a tua chegada, e meu corpo para teu amor – que o coração parece ter nascido pronto. E espero defronte ao relógio. Com um café amargo, com uns poucos cigarros e qualquer coisa a mais por viver.
Daí que você chega e meu sorriso se faz vivo. Te espero ansioso encolhido na poltrona azul, de regata e cueca, mesmo nesse frio. Você se despe do que desimporta e me aperta entre teus braços e boca. Te dou um sabor de amor guardado e tu me dás o sabor do mundo que és.
E não me importa que estejas marcado por outras bocas, que na tua pele eu sinta o gosto de outros homens, porque no instante de agora é sobre meu corpo – e dentre mim – que tu se deita e se conforta. É o próprio gosto de tua pele. E minha carne pede para estar entre teus dentes.

para Felipe

4 comentários:

  1. me tirou sorrisos, suspiros, sonhos.
    Vivo exatamente isso...hoje.
    Te ler faz bem, moço

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  2. antes dos suspiro e sorrisos, lágrimas.
    emocionei-me, meu rapaz.
    e fica em mim a vontde um dia viver um amor tão bom assim.

    um doce beijo.

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vírgula