Entre a mulher
e a flor não há pétala decaída. Não há espaço. Sobre o móvel indecifrável, sob
os olhos inquestionáveis, a mesma cor abandonada. O som em tempo-silêncio. A
curva imperceptível do vestido que pesa – e não há leveza que se revele. Ela
pesa. Mesmo com o rosa das pétalas, mesmo na delicadeza da haste, mesmo que o
segundo se acabe.
Há o cheiro de
lágrima sobre o perfume da flor. A flor que parece reflexo do físico e do
íntimo dessa mulher. Há o coração desbotado. As paredes em contraste. E as mãos
perdidas.
Uma vida
inteira em poema – em soneto – declamado à beira do olhar. O instante que sai
no respirar. Nela. Na pele dissonante que recobre todo o estar e ser impróprio
e inacabado. Em um peito bate a cidade silenciada. Em um peito a flor perdida.
sobre ilustração de Gu
♥ ♥
ResponderExcluirSENSACIONAL. Não sei se a ideia era dizer a imagem ou criar em cima dela as emoções vistas, visceral ou das entrelinhas, casou perfeitamente.
ResponderExcluirpútz...
ResponderExcluir