quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

indo

A indecisão de se olhar ou não no espelho e ser refletido invisível e incorrigível, por que talvez seja um caminho sem volta: ver o que se é: é insustentável. Uma coisa íntima. 
    Ser íntimo é um estado. Um estado doloroso (aviso!), ao menos quando se começa porque há uma obscuridade nas veias e artérias que começam a ser preenchidas de si mesmas (de si mesmo). Como quando se nasce e respira-se e a dor é tanta que se acaba chorando. E choro aqui também, escondido, nos travesseiros e camas e entre as paredes da casa. É doloroso até quem sabe onde. Não sei se ser íntimo é recompensável, se vale a pena, se ao final serei mais pleno e inteiro e sustentável de sentimentos e equilibrável. Mas sei que é por onde estou pisando, mesmo que nunca mais volte a ser desconhecido de mim.

8 comentários:

  1. [A] ele é muiito bom. lindo demaaaaaaais *o*

    Fã numero 1 \o/

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  2. Ser íntimo é perigoso demais, mas passada a tensão inicial, tudo fica muito leve e olhar-se no espelho fica banal.

    Beijo.

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  3. Uma prosa intimista e intrigante!
    Gostei, gostei!
    Parabéns.

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  4. Saber onde se pisa é o primeiro passo para perceber onde se tropeça. Está certíssimo. :))

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  5. Sabemos, mas não queremos ver, ter a certeza...

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  6. Vivemos na busca de quem somos nós, e quando encontramos um pedaço ainda nos sentimos incompletos - por isso não nos aceitamos!

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  7. Texto valioso, pelo conteúdo e pelo sentido. Ser íntimo é o que todos deveriam ser.

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