Do teu corpo sobre o meu que nunca esteve. De teus olhos fitados aos meus que se utilizam de nossas roupas. Das mãos percorrendo meu sorriso, minha pele árida – tuas mãos macias – meus poros.
A luz do quarto iluminará nossos passos que não serão de pés, ou a dança, de todo o nosso corpo que será carne única, emaranhado-se. A música que cantarei entre as respirações urgentes de nossos suores melando os lençóis. De te olhar meu – de perto. E tu me olhar teu – entre-vista.
Não haverá resenhas, apenas nossas respirações, as batidas do coração acelerado, o enroscar dos dedos.
Não haverá tempo: apenas ali.
Consigo ver além da janela. O céu é claro, o tempo é inválido e frio. Tudo é uma poesia, pois nosso sangue – que é de nós – nosso sangue percorre minhas linhas e teus rabiscos. Extensão de nossos vasos sanguíneos. Será também continuação de nossa cama.
Já são horas. Deito no teu peito, tu deitas sobre meus sonhos. Nossos pés se amando. Abandona-se o cigarro vagabundo. Agarro-me no teu corpo. Teu cheiro é o que me percorre. Não quero a certeza do mundo, basta a certeza de nós.
para Gu
Que fofura!
ResponderExcluirNada como um amor de amante.
Lindo.
Beijo, Bruno.
"Apenas ali..."
ResponderExcluir"certeza de nós."
vc me encanta.
Nós. Apenas, completamente, consubstancial e imediato. Sem resto de mundo, sem fundo, sem medida. Amor sem freios. Nós. N ó s. Nós dois.
ResponderExcluirUm daqueles textos que vem à tona transbordando tanta intimidade que dá receio de comentar. Ótimo final.
ResponderExcluirGosto desse tipo de amor que toca, e beija, e repousa, e recomeça.
ResponderExcluirE goza.